domingo, 16 de setembro de 2012

Fãs xiitas, cagação de regra e essa necessidade de se Rotular

   Nerds, hipsters, otakus, gamers roqueiros, geeks, e * insira aqui qualquer rótulo da vez*. Em cada um desses grupos, há pessoas que usam esses rótulos para demonstrar individualidade, autenticidade, e vêem a popularização dessas coisas como uma tragédia, por causa de poser ( que nada mais é do que pessoas que estão mais preocupadas em se divertir com aquilo, do que em decorar histórias, biografias ou regras) . E aí passam a subdividir o grupo e a CAGAR REGRA. Basicamente, pessoas passam a construir sua própria Bíblia, cheia de regras para os outros 'poderem' ser aquilo que eles são( nerds, otakus, roqueiros, etc), começando toda uma disputa pra ver quem jogou mais jogos, viu/leu mais animes/mangás, decorou mais músicas, biografia e detalhes sórdidos sobre ídolos, e etc, gerando pensamentos e comportamentos bem retardados, tipo 'Rock'n roll, é tudo, funk e todo resto é lixo', briguinhas e reclamações bem inúteis sobre 'Anime ser ou não ser desenho' (é desenho); a exibição de animes/séries pela tv aberta, onde a maioria defende a legenda, xinga a dublagem, querem vetar a exibição, alegando que surgirão posers, e esquecendo que passaram a ver muito dessas coisas pela odiada tv aberta; e outras sobre música e afins, que quase sempre tem os envolvidos partindo pra ofensas pessoais, e opiniões são desconsideradas por a pessoa gostar de algo  fora daquele estilo. 
  Parece haver toda uma super-valorização de quem se encaixa em determinados rótulos, onde pessoas passam a se ver como a nata da sociedade apenas por gostar de seilá, jogar skyrim, ouvir Ramones e assistir Naruto, e ver todas as pessoa que não compartilham do mesmo gosto como escória,  indignos de respeito.  Pfvr, né. 
  Cansei desses 'Miimimi, odeio funk, Brasil, dublagem e TV aberta'. Desse elitismo imbecil oculto em discursos do tipo. Não quer que uma série seja exibida na TV aberta? Legal, compre os direitos autorais no lugar da TV, mas pare de tratar isso como se fosse o maior problema do mundo, e de usar isso como deixa pra exalar seu preconceito social e alienação, dizendo coisas como 'Agora os favelado vão começar a assistir, e vai surgir um poser, mimimi'. Esse discurso pró-legenda visa também excluir pessoas que supostamente não conseguem acompanhar legenda, porque pobres são analfabetos funcionais pra gente assim. Não faria sentido ter programas legendados na TV aberta só porque fulaninhos mimados querem isso. Suponhamos que um dia eu aprenda Japonês. Eu teria o direito de exigir que a TV aberta exibisse animes no idioma original, sem legenda, porque eu não gosto de ter letrinhas no rodapé tomando a imagem, ignorando que o resto do Brasil não fala japonês, e vou achar isso uma maravilha, porque só pessoas como eu, que fala japonês, verá?  Faça favor,  você não é ninguém pra se opor a isso. Não quer ver? Desliga a tv, continue assistindo tudo pela internet, mas pare de pentelhar em cima disso.
  Vejo gente falando que quem gosta disso, ou aquilo merece respeito, que quer amigos que gostem das mesmíssimas coisas.  Me digam que mundo não se tornou um lugar tão superficial assim. Não, uma pessoa não é legal porque tem um bom gosto musical (ou porque intitula seu gosto como bom), joga ou assiste o que quer que seja. O que faz alguém ser legal, ao menos pra mim, tá mais no modo em que ela lida com os outros, não os gostos dela.
 Há uma completa falta de sensatez ao expressar opiniões,  um preconceito com quem não tem os mesmos gostos, parece que o fato de alguém gostar de rock alternativo, por exemplo, a impede de gostar de rock clássico, e tô falando de duas coisa dentro do mesmo estilo musical que resultam em discussões 'sérias',  vou nem comentar fora.
Eu não tenho nada contra esse grupos, só contra esses comportamentos bem retardados, essa cagação de regra. Dá preguiça desses discursos de fanzinho irritado com a popularização das coisas que gosta. Se se identifica com tal grupo beleza, mas mas saiba que :
1- Cada um tem o direito de gostar do que quiser, do modo que quiser. Get over it! Se ela gosta de  funk e hard rock rock, não acha o Slash o melhor guitarrista do mundo, respeite. 
2- Não é seu gosto musical, o que você assiste ou joga, que te faz especial.
E se quiser, tenho 2 dicas:
1- Se quer discutir algo, melhore seu nível de argumentação. Parem com  isso de ' Baka, curte bandas gay, a dublagem vai atrair funkeiros favelados e blabla'  e passem a ter de fato argumentos.  
2-Não deixe que seu afã por pertencer a um grupo massacre sua autenticidade, te faça seguir regras, como, seilá, ler informações que você não tem interesse, ou esconder que gosta de certas coisas só porque aquele grupo despreza aquilo. Como diria Sue DEEWA ''Vê, esse é o problema da sua geração. São obcecados por rótulos'. Você não precisa de rótulos pra ser especial. Na verdade, eu acho que rótulos só distanciam as pessoas de serem de fato especias, porque a pressão pra se encaixar faz com que a individualidade se anule, com que fique todo mundo muito igual, com os mesmo ódios e paixões, mesmas ambições se tratando de sonhos de consumo, roupas, e tal. Você entra em uma página/fórum de rock, jogos, anime/mangás, tá lá, o mesmo ódio imbecil a funkeiros, aquele xiitismo sobre o que se  deve gostar  ou não pra pertencer ao não aquele grupo, opiniões bem tendenciosas  e etc.  E sobre isso, só tenho a dizer uma coisa: Tenho preguiça. Não se prendam a rótulos, antes de ser qualquer uma dessas coisas, sejam vocês, e tenham orgulho disso, se se encaixa ou não em rótulos é só detalhe.

Sei que estavam com saudades do blog, e bem, pra explicar a vocês,  esse comunicado:
 A partir desse mês, o chá não terá mais posts de dois em dois dias.  A maioria de nós, encontrou problemas para manter essa frequência de posts,  seja por falta  de inspiração, ou por estarmos bem atarefadas ultimamente. Portanto, deixará de existir um calendário estabelecendo a frequência dos posts. Tentaremos manter uma certa regularidade de posts. Espero que continuem de olho no blog.
Bjos e até a próxima.   

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

pessoas que são como o oceano pacífico


A parte mais difícil de crescer é se descobrir.
Às vezes você não gosta muito do que descobre.

Pessoas são tão complicadas. Como você é amiga dos seus amigos? Como você se apaixona por quem se apaixonou? Por que você se dá melhor com sua irmã mais velha do que com a mais nova? Por que você não se dá bem com seu pai ou com sua mãe? Eu não lembro de como comecei minhas amizades. Claro, eu sempre lembro de como eu as conheci, que foi na escola e tudo o mais, mas eu não lembro o ponto em que "viramos amigas" pra vida toda. Não lembro o ponto que começamos a conversar e definir que não éramos mais colegas, e sim amigas, amigos, amig@s. Mas, sabe, fazer amigos sempre foi, para mim, uma parte muito difícil.

Eu não falo de "ter amigos agradáveis, que se divirtam e te abracem quando você está precisando". Porque eu também tenho dificuldade para fazê-los, mas não é sobre eles que quero falar. Eu quero falar sobre essas pessoas que você simplesmente confia a sua vida. Você conta tudo a seu respeito (ou quase tudo). Eu tenho uma imensa dificuldade em fazer amizades desse gênero porque eu tenho uma imensa dificuldade em me abrir. É basicamente o tema desse post: pessoas fechadas.

Eu não sou tímida. Eu achei, por muito tempo, que eu fosse. Encolhida, de fato, para conhecer pessoas. Mas eu nunca fui. Eu também acreditei que era anti-social, mas eu nunca tive muitos problemas em me apresentar para novos coleguinhas de turma e mostrar a escola. Mas eu tenho todo um problema em "se abrir". Muitas pessoas são assim: fechadas. Elas não são necessariamente tímidas, antipáticas ou anti-sociais. Elas estão por aí fazendo muitas amizades, se derramando em simpatias e sorrindo amigavelmente para você, mas então depois de três, cinco, dez anos, você percebe que ela nunca chegou para você e disse algo realmente pessoal, profundo até os rins.

Essas são as pessoas fechadas. Bem-vinda ao nosso universo.

Bem, a gente sempre divide a humanidade em muitos grupos. Em bonitos e feios, altos e baixos, legais e chatos, e por aí vai. Acontece que nem tudo é preto e branco, e há os cinzentos, e pessoas fechadas estão nesse cinzento. Elas podem vir de muitas formas. Elas podem serem cantoras super cheias de carisma, sempre ocupadas mandando beijinhos aos seus fãs, ou podem ser aqueles velhinhos enrugados e solitários que moram em mansões assombradas. Mas então você pode descobrir que aquele velhinho não é fechado, somente solitário e que ele vai se derramar em lágrimas se você lhe perguntar de sua falecida esposa. E você pode descobrir que aquela cantora que tu tanto ama chora escondida todos os dias porque somente sozinha, consegue encontrar paz para ser ela mesma. Pessoas fechadas existem de muitas maneiras, e essa é uma das coisas que você deve saber a respeito desse grupo tão simbólico, tão complexo de entender.

Como lidar com elas? Basicamente é muito simples. Não encha o saco delas. Não insista em saber da vida delas. Não pergunte muitas coisas. Talvez ela esteja super inspirada para te contar cada detalhe de memórias da infância, mas isso não quer dizer que você as conheça. Porque pessoas fechadas, assim como todas as pessoas, são um poço muito, muito profundo de coisinhas minúsculas. Cada ser humano é um oceano cheio de pensamentos, angústias, medos, esperanças, mágoas. O negócio é que pessoas abertas e tudo o mais são tipo aquele oceano que você explora o tempo todo e sabe o que tá rolando. "Ah, grande novidade tubarões no Atlântico, todo mundo sabe que tem". Mas pessoas fechadas são como o Pacífico. Você simplesmente se assusta com os bichos de lá. Você não faz a mínima idéia do que tá rolando lá, então cada nota científica sobre uma nova espécie de peixe super bizarra que brilha no escuro é uma grande surpresa para você, sua leiga em biologia marinha. Você não as conhece. Até sabe das melhores rotas e tudo o mais, mas as profundezas são um mistério. O que encontrará nelas?

Isso é um melanocetus johnsonii, encontrado em profundidades super profundas.

Dica: você jamais conseguirá com um barquinho raquítico e um arpãozinho meia-tigela. Tente uma roupa de mergulhador de verdade, por exemplo.

Pessoas fechadas tendem a selecionar bem as pessoas em quem confia. Há os amigos: pessoas que elas amam, cuidam, querem todo o bem. E há os amigos em que elas confiam integralmente e se permitem serem um pouco aberta. Primeiramente, é necessário todo um jogo de confiança que não pode nunca ser quebrado. Pessoas fechadas tem pavor de verem suas coisinhas jogadas ao conhecimento geral. Elas selecionam muito bem o que vão contar e como vão contar: controle total de informação. Informação é poder, nós sabemos disso. É uma dica que rege até mesmo a arte militar e deve ser usada na nossa vida social também. 

Não force a barra. Nunca pergunte mais do que o necessário para estimular uma resposta. Sempre faça as perguntas certas.

"Você está bem?"

Provavelmente ela dirá: "estou". E o assunto morrerá.
Se você a conhece um pouco, chute algo que poderia preocupá-la. Um ex-namorado. Uma amiga. A escola. Seja mais específica. Ou não seja nada. Saia de perto e deixe ela quietinha, na fechadez do mundinho dela que ela não vai te odiar por isso, prometo.

todos já se sentiram assim algum momento. você não é exceção, querida.

(eu tenho a breve teoria de que há pessoas que se acreditam fechadas, mas não são realmente. Uma pessoa que vive reclamando que ninguém a ouve ou que ninguém se importa com ela, e por isso ela finje um sorriso, não é realmente fechada. Ela está é louca para se abrir e não encontra oportunidades para isso. Pessoas fechadas tendem a agradecer que pouca gente se importa a ponto de perguntarem para elas, de verdade, e dizem "estou bem" para perguntas como "você está bem" na maior cara de pau e acham que é o suficiente.)

Pessoas fechadas não são tão difíceis. Falando por mim mesma, somos um tanto diferentes. Eu sou muito observadora, mas há pessoas que se trancam em seus problemas. Eu sorrio e ouço problemas, mas há quem prefira se fechar para todos de uma vez. A única coisa em comum é a noção de que sentimentos são algo realmente pessoal. Nossos tumblrs tem mais imagem do que tudo, porque textos revelam demais, nunca compartilhamos indiretas no facebook, especialmente as sentimentais, e nunca contamos absolutamente tudo a nosso respeito para ninguém. 

E selecionamos as informações ao nosso respeito até mesmo em diários absolutamente secretos.