Olá!
É uma hora da manhã de uma quinta-feira, sendo que amanhã
(hoje, na verdade) eu tenho que acordar às 6:00. Sintam o drama. Pois é, sabem
aquele gráfico com intersecções que rola de vez em quando no facebook sobre a
vida de universitário? Ele é absolutamente real, e atualmente eu tenho me
configurado como uma espécie de zumbi. Gente, não tem jeito, as aulas começaram
semana passada e só pra esses últimos dias eu tive que ler um bolinho de
textos, arrumar minha casa, comprar coisas, e sofrer com o fim de férias. E
ainda está rolando a semana do XI, porque né, dia XI de Agosto é aniversário da
São Francisco de 185 anos, e vários eventos legais estão acontecendo por lá.
Alguém me empresta um vira-tempo, por favor? Como vocês podem ver, pela minha
falta de organização eu estou agora muito ferrada. Uma zumbi, como havia dito.
Mas enfim, depois de toda essa introdução inútil, vamos ao assunto do post propriamente dito. Hoje eu estava dando uma olhada em um grupo de
facebook, e uma garota fez uma pergunta interessante: qual
é a visão de vocês sobre a fé? Consideram-se ateus, religiosos, agnósticos, ou
qualquer outra coisa?
E essa pergunta me fez pensar novamente em uma coisa que me
faz viajar muito às vezes. Não, eu não quero falar sobre religião, sobre
tolerância, e toda essa coisa que estamos cansados de ver. Mas sabem aquela
conversa que toda tia de catequese fala que devemos ter com Deus? Então, esse
post é basicamente fruto de todas essas “conversas” (todas deitada na cama
antes de dormir) que eu já tive até agora. Ou, melhor dizendo, é fruto das
minhas brisadas mesmo.
Eu sempre fui muito questionadora nesse sentido, e ainda
mais depois de alguns acontecimentos recentes na minha família, mas nunca
cheguei a me afirmar ateia, até porque outros acontecimentos familiares me
levam a ter uma espiritualidade muito forte. Quando eu era pequena, eu tinha
medo de Deus, e o imaginava como sendo um velhinho de barba branca, sentado em
frente a uma grande tela, regulando nossas vidas como se fizéssemos parte de
algum tipo de the sims... Sabem, essa minha visão de infância reflete
justamente o que somos levados a acreditar: Deus, homem, regulador de todas as
suas atitudes, senhor do universo, mas ainda assim benevolente, e te absolve de
todos os seus pecados.
Algo nessa perspectiva, quando eu passei a entender melhor o
Mundo, passou a me incomodar. Esse é mesmo Deus? Porque, se for, a ideia geral
não soa como a de um ditador? E, gente, antes que me taquem pedras, eu estou
apenas questionando o conceito divino amplamente divulgado pelas igrejas
cristãs. Troquem o nome de Deus por o de algum cidadão comum. Caso vocês
olhassem essa descrição em um livro qualquer, não associariam a regimes
autoritários? Então, esse é o meu ponto. Gente, investigar quem chegou à
conclusão e que Deus era isso não é tão difícil quando se analisa um pouco de
história. E então eu passei a desacreditar nessa versão tradicional, mas também
não consigo deixar de acreditar na existência de alguma coisa que dê sentido a
todo esse universo.
Porque é tudo tão perfeito, que eu não consigo aceitar a ideia
de sermos apenas seres compostos de substâncias químicas e regulados pelas leis
da física. E não só por isso, mas os meus motivos pessoais não vêm ao caso
agora. E então eu meio que entendo o porquê de terem criado religiões. O mero
imaginar de não haver nada além desse mundo em que vivemos é assustador,
porque, no fundo, esse universo é assustador demais. E apenas pensar em
acreditar nisso já me traz um vazio existencial muito grande. Eu sei, eu estou
pirando na batatinha agora.
Mas essa é uma pergunta que eu tenho para os ateus em geral:
acreditar apenas nesse mundo físico não dá vontade de largar tudo pro alto e sair
em uma jornada como o Christopher McCandless faz em Into The wild? Porque, se
eu já tenho vontade de fazer isso mesmo acreditando em alguma coisa não
identificada, imagino que se eu pensasse que somos apenas carne e osso nunca
conseguiria ficar até às duas da manhã lendo um texto pra monitoria de
constitucional do dia seguinte, por exemplo.
Perder a minha mãe para uma doença grave esse ano me fez
perceber o quanto o nosso tempo é curto, e o quanto precisamos aproveitá-lo ao
máximo. É o clichê do Carpe Diem mesmo, que apareceu em uma das minhas
epifanias depois do que aconteceu. Nós somos minúsculos diante do universo, e
pensar nisso me leva a questionar se toda a sociedade moderna não é uma grande
perda de tempo do ser humano. Quero dizer, se nós não somos quase nada, então
por que se preocupar com a situação econômica dos Estados Unidos?
Meu post não tem uma conclusão, porque isso tudo são apenas
questionamentos que eu me faço constantemente, de uma maneira bem superficial
mesmo, e eu acharia legal se vocês respondessem com as suas visões sobre a vida,
a morte, o mundo. Não acreditar em nada específico acaba me dando liberdade
para agregar coisas de algumas religiões que eu me identifico. Mas acho que o
fundamental de todas elas é justamente esse lidar com a morte, ou buscar uma justificação
para o motivo da nossa existência... E, sendo sincera, acho os ateus extremamente
corajosos por toda essa sensação assustadora que eu já mencionei acima. Ah, ainda não revisei o post porque estou meio com pressa, então relevem possíveis erros gramaticais ou frases sem sentido. Se é que alguma coisa disso que eu escrevi tem algum sentido. Enfim.
Beijos e bom final de semana!
ps: um dia ainda farei filosofia ou psicologia só para
brisar com mais propriedade intelectual
hahaha
ps2: Eu fui dormir às 2:00 e só consegui acordar mesmo às 6:30. Resultado: perdi a monitoria de constitucional.
ps3: Onde é que mora a amizade? Onde é que mora a alegria? No Largo de são Francisco, na Velha Academia! Parabéns sanfran maravilhosa pelos 185 anos ♥
Eu acho que penso mais ou menos como você. Eu sei que tem tanta coisa horrivel no mundo que é dificil pensar que o Deus tradicional realmente existe, daquela maneira. Mas eu estava numa aula de neuroanatomia essa semana e a perfeição é tanta, que não consigo aceitar de maneira alguma que isso surgiu ao acaso. Acabo tendo minha própria visão sobre a religião - e ainda tenho vários motivos pessoais para acreditar.
ResponderExcluirSim, acho que os ateus são corajosos por "aceitar" que a vida é só isso e nada mais. Mas se para alguns isso é uma visão libertadora, para mim seria uma visão destruidora. Eu preciso de sentido para as coisas.
E sim, as vezes paro e penso: a sociedade humana é uma grande bobagem. Somos todos tontos, andando por ai preocupados com milhões de coisas sem sentindo algum.
Essas coisas perfeitas, como o funcionamento do nosso corpo, e uma das coisas que nunca me farão perder a fe em uma criador. Sabe a teoria do relojoeiro? Você encontra um relógio, e pode dizer que alguém fez, aí você encontra uma pedra e fica a coisa 'por que não posso afirmar que alguém fez'?
ExcluirEu vejo as coisas assim, acho que tudo que existe foi arquitetado por alguém e
eu passei a desacreditar nessa versão tradicional, mas também não consigo deixar de acreditar na existência de alguma coisa que dê sentido a todo esse universo++
ResponderExcluirEngraçado que eu tava conversando sobre isso com um amigo meu que é ateu anteontem. Aí eu perguntei como era a sensação de não ter fé em um dels e tal, e aí ele fez o maior suspense, do tipo 'SABE O QUE ACONTECE QUANDO VIRA ATEU?' (BIS) 'Nada' q
E acho que é isso mesmo que acontece, nos que temos fé em algo, fazemos isso se torna uma espécie de estrutura básica pra toda nossa visão de mundo, e não vemos direito outra, mas acho quem se não tem, acaba tendo outra visão e isso acaba sendo normal e